Licenciada em Geografia pela UEMA\CESI
Prof. MSc. Luiz Jorge Dias
Geógrafo - Mestre em Sustentabilidade de Ecossistemas
Segundo o relatório da ONU de 1999, qualidade de vida é o conjunto de percepções individuais da posição de vida das pessoas no contexto dos sistemas culturais e de valores em que se vive em relação as metas, expectativas, padrões e conceitos, Incorpora saúde física, o estado psicológico, o nível de dependência, as aspirações pessoais e relações sociais, as crenças pessoais e o seu relacionamento com o meio ambiente.
Essa qualidade de vida esta ligada a um fator muito importante que é o lixo. Com a grande concentração demográfica nas grandes cidades e o grande aumento do consumo de bens geram uma enorme quantidade de resíduos de todo tipo, procedentes tanto das residências como das atividades públicas e comerciais, por exemplo. Todos esses materiais recebem a denominação de lixo, e sua eliminação e possível reaproveitamento é um desafio ainda a ser vencido pelas sociedades modernas.
Segundo Carlos Minc (MMA, 2009),
lixo é matéria prima fora do lugar. A forma com que uma sociedade trata do seu lixo, dos seus velhos, dos meninos de rua e dos doentes mentais atesta o seu grau de civilização. O tratamento do lixo domestico, alem de ser uma questão com implicações tecnológicas é antes de tudo uma questão cultural.
O lixo tornou-se um incômodo cotidiano e isso deve-se a toda uma evolução ocorrida através dos tempos. Na Antiguidade, os resíduos eram facilmente assimilados pelo meio ambiente devido à sua composição ser basicamente orgânica. Após a Revolução Industrial surgiram as primeiras aglomerações urbanas densamente povoadas e o crescimento das cidades acelerou e, conseqüentemente, a produção de lixo cresceu significativamente.
No entanto as cidades e as pessoas começaram a depositar o lixo em qualquer lugar “fora de suas vistas”, dando origem aos lixões. Um outro fator de muita relevância em relação ao lixo urbano, é o seu destino final: hoje, na maiorias das cidades brasileiras, o destino final dos resíduos sólidos acaba sendo feito de forma errada, em que, segundo o IBGE (2009), estes são os principais destinos dos rejeitos domésticos, urbanos e comerciais do Brasil:
- Lixão: 80%;
- Aterros controlados: 13%;
- Aterros sanitários: 5%;
- Usina de reciclagem: 1%;
- Usina de compostagem: 0,9%;
- Usina de incineração: 0,1%.
O resultado entre a desproporção e a disposição correta do lixo faz com que grande parte dele não seja coletado. Há hoje no País diversos programas relacionados à gestão do lixo urbano, mas sobre este assunto Grippi (2006) ressalta que
é uma vergonha constatar que milhões de reais estão em risco, enquanto estes programas estivem na verdade, financiando políticos e afilhados. Nossa estatística revela que 80% do lixo gerado em nossas cidades é despejado em lixões a céu aberto. Com isto, impactos ao solo, a água e o ao ar se avolumam, assim com os impactos a saúde publica, já que vetores não são mais os únicos agentes de transmissão de doenças ao homem; o próprio homem agora convive também neste ambiente de lixão, manuseando diretamente as sobras de nossa vida gananciosa e a falta de regras ambientais sustentáveis.
E continua afirmando que
nos últimos 30 anos, o Brasil mudou seu tipo de lixo. O crescimento acelerado das cidades e ao mesmo tempo as mudanças de consumo das pessoas, trouxeram fatores que vem gerando um lixo muito diferente daquele que as cidades brasileiras produziam há 50 anos atrás. O lixo atual é diferente em quantidade e qualidade, em volume e em composição (GRIPPI, 2006).
Hoje com certeza um dos principais problemas em relação ao lixo urbano é o seu destino final. Esse é um problema que as prefeituras municipais brasileiras enfrentam no seu dia a dia, já que gerenciar o lixo urbano é um programa que pode ser muito caro. Ao contrário do que muitos pensam, o lixo é um problema de responsabilidade não só dos poderes públicos, mas também comunitário e individual, visto que cada um é responsável por jogar seu lixo em lugar adequado e assim não fazendo, geram problemas para a toda a população.
O que é resíduo sólido pode ser definido em função de sua utilidade, da disposição final e da relação da mesma com a saúde. A maioria das pessoas parte das primícias de que lixo é tudo aquilo que não serve mais para ser utilizado e o que não pode ser reciclado. Nem tudo que é velho é lixo. Mais há de se concordar, no entanto, que o lixo é o espelho da sociedade, sempre tão mais geradora de resíduos quanto mais rica e consumista. Qualquer tentativa de reduzir a quantidade de lixo ou alterar sua composição pressupõe mudanças no comportamento social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário