Prof. MSc. Luiz Jorge Dias
Geógrafo - Mestre em Sustentabilidade de Ecossistemas
Professor Auxiliar I de Geografia Física - UEMA\CESI\DHG
Não é mais possível realizar estudos geográficos com abordagens fechadas, atentando somente para os problemas físicos ou humanos. A velha dicotomia da Ciência Geográfica passa, atualmente, por problemas sérios para a sua sustentação, uma vez que ela foi a responsável pela perda de mercado de trabalho e de linhas de atuação dos profissionais de Geografia. Assim sendo, Dias (2006, p. 47) afirma que
em qualquer que seja o diagnóstico de potencialidades territoriais, há necessidades e reconhecimentos integrados dos elementos que compõem o estrato ambiental, dispostos em sua totalidade. [...] No entanto, a integralidade de conhecimentos, metodologicamente, somente se torna viável a partir da compartimentação específica dos conhecimentos adquiridos sobre aspectos físicos, ecológicos e humanos gerais e específicos, bem como do confronto dos mesmos com as pesquisas de campo.
Dessa maneira, é fundamental que se verse sobre as análises de impactos ambientais trabalhe e discuta, mesmo que brevemente, sobre as características geoambientais básicas do espaço sob investigação. Isso (orienta-se aos pesquisadores e estudantes de graduação dos cursos relacionados às temáticas ambientais) deve ser constantemente evidenciado, uma vez que todas e quaisquer atividades humanas acontecem sobre uma base física, que é natural, e uma ecológica, que é biótica.
Assim sendo, dois elementos ambientais literalmente se destacam na configuração das paisagens naturais: o relevo, ou seja, a Geomorfologia (com seus “altos e baixos”); e a Geologia, que compõe a estrutura básica da superfície, onde todas as atividades climáticas, dos seres vivos e das sociedades humanas, por exemplo, se desenvolvem.
Segundo Maranhão (2002), a região de Imperatriz está situada num espaço em que, naturalmente, ocorrem arenitos, argilitos e calcários margosos. Isso porque está situada na porção ocidental da Bacia Sedimentar do Parnaíba ou Maranhão. É uma região onde se apresentam aluviões típicos de planícies de inundação, geralmente argilas, areias finas, silte e matéria orgânica em decomposição, que ocorrem principalmente nas várzeas do Rio Tocantins e dos Rios Cacau e Bacuri.
Tectonicamente, a Região de Imperatriz é entrecortada por uma falha geológica, que, presumivelmente, implicou em mudanças substanciais nas paisagens geomorfológicas entre o Terciário e o Quaternário (entre 5 milhões de anos – M.A. – e 120.000 anos Antes do Presente – A.P.), em que houve a reativação de linhas de falhas e fraturas em toda a Plataforma Brasileira, o que é denominado de Neotectônica.
Assim sendo, a falha geológica, que é do tipo normal, está associada à gênese, por rebaixamento da superfície (epirogênese negativa), da Depressão de Imperatriz. Dessa maneira, “[...] a ocorrência de litologias das Formações Codó, Corda e Itapecuru - arenitos argilosos, siltitos, folhelhos, margas e calcários originaram os planos, lombas e colinas da Depressão de Imperatriz [...]” (MONTES, 1997, p. 28).
Comentando sobre a Geomorfologia da Depressão de Imperatriz, Dias (2008) afirma que a mesma é resultado de dois processos geológico-geomorfológicos distintos: o rebaixamento tectônico de um bloco regional, em contraposição ao soerguimento dos patamares de São Miguel (TO) e de Senador La Rocque (MA), configurando um sistema de rifteamento em rochas sedimentares da Bacia do Maranhão – Piauí; e o trabalho intensivo da erosão fluvial do Tocantins, que aproveitou linhas de fraqueza das rochas e desenvolveu seu curso pela depressão geomórfica (formatando um pseudo-rift local), bem como a erosão regressiva atuante por sobre as elevações citadas, que produziram (e continuam a produzir) sedimentos que são transportados para as rampas de deposição (vertentes suavizadas), encaminhando-se para o nível de base local (Rio Tocantins e afluentes).
seu texto é extremamente interessante e enriquece ainda mais nossos estudos....
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