domingo, 21 de junho de 2009

GEOMORFOLOGIA ANTROPOGENÉTICA URBANA E ANÁLISES AMBIENTAIS: O CASO DA CIDADE OPERÁRIA E ÁREA DE ENTORNO (SÃO LUÍS – MA)

Prof. MSc. Luiz Jorge Dias
Geógrafo – Mestre em Sustentabilidade de Ecossistemas (UFMA)
Prof. Auxiliar I de Geografia Física (UEMA\CESI\DHG)




A Geomorfologia Urbana é uma vertente analítica da Geomorfologia Antropogenética, que, por seu turno, indica e analisa como o homem, impregnado dos valores e recursos tecnológicos que a sociedade em que está inserido lhe proporciona, pode ser um agente modelador do relevo e, portanto, de transformação de paisagens, com a finalidade de se construir (ou reproduzir) espaços pelo seu trabalho, alterando dinâmicas naturais do modelado das formas, materiais e processos do estrato ambiental, “desviando”, ou melhor, desvirtuando, os sistemas naturais em função de suas necessidades.


Quanto maiores forem em termos escalares as intervenções humanas sobre um dado local, maiores serão os efeitos produzidos. Ademais, os ambientes geomorfológicos têm respostas distintas às alterações socialmente impostas, o que implica em maiores possibilidades de desenvolvimento de danos ambientais. Seguindo tal veio de raciocínio, a Geomorfologia Antropogenética se faz tão importante pelo fato central de compreender esforços explicativos tanto dos estudos da “Geografia Física”, quanto da “Geografia Humana”.


Ademais, aqui se ressalta a Geomorfologia Urbana, que é complementar à primeira citada, mas voltada para a compreensão da dinamicidade intrínseca aos fatos urbanos ou intra-urbanos, com possibilidade de mapeamentos com riqueza de detalhes das potencialidades do solo e suas formas atuais (ou mesmo evolutivas, processuais) de uso e ocupação, proporcionando um melhor conhecimento estrutural e escultural do ambiente físico sobre o qual se assenta o fato urbano para que se possa vir a melhor embasar as formas de se poder corretamente verificar as problemáticas ambientais inseridas no espaço, tendo a proposta de planejamento territorial integral.


Foi com tal indicação que Dias (2004) e Dias e Ferreira (2004) procederam pesquisas sobre a Cidade Operária e área de entorno imediato, no centro da Ilha do Maranhão, município de São Luís, em que se identificaram as relações entre o processo de urbanização da citada parcela espacial no decorrer de 27 anos (1976 a 2003), atentando-se na caracterização de mudanças da configuração espacial em função da tentativa de agentes sociais diversificados de se apropriarem do relevo da parte central da referida Ilha, tomando por base uma estruturação temporal, em forma de matriz de dados, que contempla três momentos em especial: as fases de pré-perturbação ambiental (até 1981), perturbação ambiental ativa (1981-1996) e de pós-perturbação (1997-2003), que, mesmo sem ter a pretensão de indicar uma fase de finalização de danos ambientais, implica tal proposta numa tentativa explicativa de, num dado momento histórico, de não desenvolvimento das perturbações antropogênicas em grandes dimensões escalares (comparadas a dantes).
ddd










Analisar, pois, os processos socioambientais urbanos pela Geomorfologia a estes espaços relacionada, é poder caracterizar e valorizar os aparatos científicos integrais que explicam as influências da “indução ao consumo da ‘natureza’” (PENNA, 2002) da sociedade para a sociedade. A valorização diferenciada das várias parcelas do espaço urbano também são inseridas neste conjunto teórico-metodológico, derivando-se daí um incremento técnico à ciência geomorfológica e à geográfica.

Um comentário: