Prof. Luiz Jorge B. Dias
Geógrafo - MSc. Sustentabilidade de Ecossistemas
Professor de Geografia Física - UEMA\CESI\DHG
Geógrafo - MSc. Sustentabilidade de Ecossistemas
Professor de Geografia Física - UEMA\CESI\DHG
A articulação dos espaços geográficos, considerando seus elementos naturais (abióticos) e ecológicos (bióticos, ou aqueles dotados de vida; biodiversidade), é considerada como ferramenta indispensável para o bom aproveitamento socioeconômico e sociocultural dos recursos ambientais[1] disponíveis, obviamente seguindo uma matriz sustentável. No contexto das temáticas ambientais, merecem destaque as que orientam para a preservação e/ou conservação da biodiversidade, bem como dos patrimônios físicos ou naturais. Esses esforços são cada vez mais necessários, especialmente em áreas pressionadas pelo incremento de processos de superposição de usos da terra (em áreas rurais) e/ou do solo (em áreas urbanas), o que acaba por gerar conflitos de uso e ocupação e de manutenção de estoques de caracteres ecológicos originais.
A conjugação dos componentes ambientais com a ocupação e/ou utilização dos espaços disponíveis deve ser vista sob o prisma do planejamento espacial, que, por seu turno deve conduzir ao ordenamento territorial. Este, por seu turno, é indispensável para a indicação das estratégias de intervenção, ou seja, de orientações de políticas públicas coerentes e coesas em uma certa área, como é o caso da criação de áreas potenciais à conservação.
O Estado do Maranhão, por estar situado entre quatro grandes domínios de natureza intertropicais (quais sejam: Terras Baixas Florestadas Amazônicas, Cerrados, Caatingas e Faixas de Transição e Contatos Biodiversos), compõe um mosaico diferenciado de paisagens (AB’SÁBER, 2003) e de usos dos elementos naturais bióticos e abióticos disponíveis. Sua situação geográfica privilegiada permite com que essa Unidade Federativa seja a via de acesso entre os corredores populacionais, produtivos e de exportação que interligam as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ligando-as entre si, bem como com os espaços nacionais e internacionais receptores das matérias-prima e produtos que passam em seu território.
Conclui-se aprioristicamente que, por seu potencial ambiental e por sua vocação portuária e industrial, o território maranhense poderá ser palco, nos próximos anos, de grandes e significativos empreendimentos industriais e agropecuários, geradores de divisas financeiras e de articulação de espaços em função das cadeias e lógicas produtivas a serem desenvolvidas e articuladas com as pré-existentes. Associado a isso é indispensável que, atualmente, possam ser pensadas estratégias de conservação da biodiversidade remanescente, o que é, no mínimo, razoável ante as perspectivas de incremento de formas heterogêneas de utilização e ocupação dos elementos ambientais. Ademais, o Maranhão é dotado de potencialidades paisagísticas físicas e ecológicas que permitem com que ele seja indicado como área relevante para a criação de Unidades de Conservação da Natureza.
[1] Compreende-se como elementos ambientais quaisquer que sejam os componentes de natureza física ou abiótica (rochas, solos, águas, climas e condições meteorológicas, etc.), ecológica ou biótica (seres vivos) e/ou humanos que componham um território. Os recursos ambientais, por seu turno, são elementos ambientais que passam a ter valor de uso e/ou de troca pelos seres humanos (DIAS, 2006).
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