segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

BREVES NOTAS SOBRE A GEOLOGIA E A GEOMORFOLOGIA DO SETOR IMPERATRIZ - JOÃO LISBOA (MA)

A Geologia Regional do Setor Imperatriz – João Lisboa tem como principal característica a presença aflorante e/ou subsuperficial rasa de rochas da Formação Codó e da Formação Itapecuru, ambas correspondentes a ambientes de sedimentação de idade cretácea (entre 130 – 90 M.A.[1]). Tais feições geológicas são ocorrentes na Bacia Sedimentar do Parnaíba ou Maranhão, cuja extensão total abrange os estados do Maranhão, uma pequena faixa do Leste do Pará (próximo ao “Bico do Papagaio”), Norte e Leste do Tocantins, Piauí, Oeste do Ceará e extremo Noroeste da Baía, perfazendo um total aproximado de 600.000 km2 de área total (PETRI; FÚLFARO, 1983). O Sul do Município de João Lisboa apresenta, ainda, coberturas sedimentares da Formação Grajaú, que é de idade Carbonífera, ou seja, com idade aproximada de 350 M.A. (MARANHÃO, 2002).

Quanto à Geomorfologia Regional, Imperatriz, stricto sensu, está situada entre duas unidades de relevo representativas da Região Tocantina: a Superfície Maranhense com Testemunhos e a Depressão Periférica do Tocantins – subsetor Imperatriz. A primeira equivale a uma região fisiográfica bastante arrasada por ciclos de erosão Plio-Pleistocênicos (entre 5 M.A. e 20.000 A.P.
[2]), originando topografias residuais (morros testemunhos), em compartimentos colinosos, com pedimentação (deposição generalizada de sedimentos) de fundos de vales bastante alargados.

Aquela feição precede a Depressão Periférica do Tocantins – subsetor Imperatriz, que equivale a uma área rebaixada por esforços tectônicos de epirogênese por sobre linhas de falha ativas durante os fins do Terciário a meados do Pleistoceno (entre 10 M.A. e 100.000 A.P.). Os efeitos desses movimentos tectônicos responderam por rifteamento, ou seja, processo endógeno no qual dois patamares são soerguidos e um vale de rebaixamento é originado. Ademais, a esse processo foram conjugados efeitos de denudação, ou seja, erosão regional dos patamares mais elevados, que acabaram por aplainar os morros e serranias regionais e foram depositadas no nível de base da região, no caso o vale do Rio Tocantins (DIAS, 2008).

O diferencial entre o município de Imperatriz e o de João Lisboa em termos de Geomorfologia é que este último, além de compor a Superfície Maranhense com Testemunhos (com um desnível altimétrico mais pronunciado que o de Imperatriz), também apresenta sub-compartimentos de relevo diferenciados, como as veredas, que são típicas áreas de afloramentos de águas subterrâneas a partir de diacláses ou falhamentos há muito tempo inativos, inferidos por métodos geofísicos. Assim, as veredas correspondem a áreas levemente planas, que têm a elas conjugadas formações vegetais peculiares, como os buritizais.

Luiz Jorge Dias
Geógrafo - MSc. Sustentabilidade de Ecossistemas
Prof. Geografia Fìsica - UEMA\CESI\DHG

[1] M.A. = milhões de anos antes do presente.
[2] A.P. = anos antes do presente.

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