A pesquissadora maranhense Flávia Mochel, professora do Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), mostrou seu método de recuperação de manguezais durante o simpósio, na última terça-feira, 27, na 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece até amanhã (30) em Natal/RN.
Depois de quase 20 anos dedicados a Ciência básica que lhe renderam conhecimentos sobre a dinâmica dos manguezais, a pesquisadora que é doutora em Geociências, conseguiu desenvolver um processo mais rápido de recuperação dos mangues. Há três anos, ela aplica esse método em uma empresa do Maranhão, estado que possui 50% da extensão de manguezais do Brasil. Os Propágulos do mangue, que são sementes já germinadas, são coletados em áreas lamosas e alagadas. Em seguida, são cultivados em viveiros, onde recebem acompanhamento constante. Em alguns meses as plantas são devolvidas aos bosques de mangues.
São ecossistemas complexos e variados e dependem, também, da preservação de estuários, apicuns, planícies de marés, recifes de coral e praias, explicou a pesquisadora. Costa Os manguezais brasileiros estendem-se por 6.800 quilômetros da costa do país; são os mais desenvolvidos do mundo. Mas cada bosque de mangue funciona de forma diferente. Somente no Maranhão, existem sete espécies distintas de manguezal.
No momento em que o evento científico levanta discussões sobre Ciência do Mar, a pesquisadora alertou para a necessidade de preservação dos mangues, um dos responsáveis, por exemplo, pelo controle do fluxo de marés. A recuperação de manguezais degradados luta contra a preocupante informação de que os mangues estão sendo destruídos quatro vezes mais rápido do que as demais florestas do mundo. Os impactos ambientais advêm do desmatamento, canalizações, queimadas e barragens. As barragens, especialmente, tiram uma quantidade ou modificam a dinâmica de sedimentos que vêm para a zona costeira, dos quais os manguezais são dependentes.
Segundo a pesquisadora, esse ecossistema só consegue cumprir sua função de proteger a costa de problemas como a erosão, assoreamento, enchentes e ventos se houver a manutenção de densidade, espécies e uma faixa extensa de manguezal. Além dos bens e serviços ambientais, com a biodiversidade e o patrimônio genético, os manguezais têm um papel importantíssimo na dieta humana. Mais de 100 mil famílias maranhenses vivem do recurso do caranguejo. A perda desse patrimônio não é só uma perda ambiental, mais econômica, social e de proteção alimentar, concluiu a pesquisadora Para os pesquisadores, a recuperação desse ecossistema pode acontecer de várias formas, com a plantação de mudas e a preservação da fauna e da flora existentes. Mas o maior projeto em questão é a transformação do ambiente em Área de Proteção Permanente, de acordo com a Lei 4771/65.
Fontes: AGECOM/UFRN Jornal O Estado do Maranhão - matéria publicada na edição do dia 29 de julho de 2010
Revisão de texto: Carla Morais
Lugar: SBPC/NATAL-RN
Lugar: SBPC/NATAL-RN
Fonte: AGECOM/UFRNNotícia alterada em: 29/07/2010 15h52
Texto disponível em: http://www.ufma.br/noticias/noticias.php?cod=8795.
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